John Main
A meditação é uma sabedoria espiritual universal e uma prática que se encontra no centro de todas as grandes tradições religiosas. Conduz o praticante da mente ao coração e à integração destes dois centros do ser humano. É um processo de aprendizagem, a maior parte do qual é, de facto, uma desaprendizagem de condições e respostas imaginárias à realidade. É uma forma de oração, silêncio, quietude e simplicidade; a Meditação Cristã, também conhecida por Oração do Coração, pode ser praticada por qualquer pessoa que apenas queira começar a sério. Depressa aprendemos que somos sempre principiantes. Esta descoberta transforma muitas atitudes interligadas, tais como o nosso medo de falhar, a nossa ânsia de sucesso e a nossa relutância em sermos simplesmente nós próprios.
Silêncio significa libertar-se dos pensamentos.
Quietude significa deixar de lado o desejo.
Simplicidade significa deixar de lado a autoanálise.
Meditar duas vezes por dia, todos os dias. A prática diária pode levar algum tempo a desenvolver-se. Seja paciente. Quando desistir, comece de novo. Descobrirá que um grupo de meditação semanal e uma ligação a uma comunidade podem ajudá-lo a desenvolver esta disciplina. É cada vez mais uma disciplina do que uma técnica. A experiência é o professor e isto permite que os benefícios e frutos da meditação penetrem na sua mente e em todos os aspectos da sua vida. John Main disse que "a meditação verifica as verdades da sua fé na sua própria experiência".
Sente-se. Sente-se com as costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Depois, interiormente e em silêncio, começa a recitar uma única palavra - uma palavra de oração ou um mantra. Recomendamos a antiga palavra de oração cristã "Maranatha". Diga-a em quatro sílabas iguais. Respire normalmente e dê toda a sua atenção à palavra enquanto a diz, silenciosamente, suavemente, fielmente e - acima de tudo - simplesmente.
A essência da meditação é a simplicidade. Mantenha a mesma palavra durante toda a meditação e em cada meditação do dia a dia. Não visualize, mas ouça a palavra, tal como a diz. Deixe de lado todos os pensamentos (mesmo os bons), imagens e outras palavras. Não lute contra as suas distrações: deixe-as ir, dizendo a sua palavra com fidelidade, suavidade e atenção e voltando a ela assim que se aperceber que parou de a dizer ou quando a sua atenção se desviar.
Medite duas vezes por dia, de manhã e à noite, durante 20 a 30 minutos. Pode demorar algum tempo a desenvolver esta disciplina e o apoio de uma tradição e de uma comunidade é sempre útil.
Pai do Céu, abre os nossos corações à presença silenciosa do Espírito do teu Filho. Conduz-nos a esse silêncio misterioso, onde o Teu amor é revelado a todos os que rezam MARANATHA, "Vem, Senhor Jesus".
Que este grupo seja um espaço espiritual para os que procuram, um amigo para quem está só, um guia para os que não sabem o caminho. Que aqueles que vêm aqui orar, sejam fortalecidos pelo Espírito Santo, para que sirvam todos os que aqui vêm e os recebam como ao próprio Cristo. No silêncio deste espaço, que todo o sofrimento, violência e conflito do mundo, encontre a Força que consola, renova e eleva o espírito humano. Fazemos esta oração por Cristo nosso Senhor. Amém.
Sinos e Silêncio 20 minutos (mp3)
DescarregarSinos e Silêncio 25 minutos (mp3)
DescarregarSinos e Silêncio 30 minutos (mp3)
DescarregarEm primeiro lugar, a fé com que se medita - algum sentido de ligação pessoal com Jesus.
Em segundo lugar, a tradição histórica bíblica e teológica em que meditamos.
Em terceiro lugar, o sentido de comunidade a que conduz: "quando dois ou três rezam juntos em meu nome, eu estou no meio deles".
Em quarto lugar, os outros meios pelos quais a nossa vida espiritual é alimentada: as outras formas enriquecedoras de oração, como a Escritura, os sacramentos e o culto. A meditação não substitui as outras formas de oração. Muito pelo contrário, reaviva-lhes o sentido.
Finalmente - isto é fundamental para qualquer compreensão da meditação - meditamos para tirar a atenção de nós próprios. (Jesus disse: "Deixai-vos a vós próprios"). Na tradição cristã, a contemplação é vista como uma graça e como uma obra de reciprocidade.
Não surpreende, portanto, que nos tornemos pessoas mais amorosas como resultado da meditação. Reconhecemos que isso acontece em todas as nossas relações, no nosso trabalho e numa empatia e compaixão mais profundas para com os necessitados.
John Main, Mosteiro Sem Paredes
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